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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Um Simon novamente no caminho Tricolor

Calma gente! Eu não vou falar da arbitragem dele no jogo Fluminense x Guarani, que por sinal não teve falhas e nem comprometeu a partida, tampouco o seu encerramento de carreira. Eu vim justamente falar que por causa dele o Fluminense foi campeão esse ano. Agora você deve estar pensando: "Esse blogueiro deve ter fumado um baseado pesado. Como ele fala que o cara fez uma boa arbitragem e depois vem dizer que por causa dele o Fluminense foi campeão?"  Pois bem, iremos fazer uma breve viagem a 2009.
O dia era 08/11/2009 e o até então líder do campeonato Palmeiras vistara o Maracanã para jogar contra o desesperado Fluminense que tinha apenas 33 pontos e ocupava a zona da degola. Eis que surge o lance polêmico. Num cruzamento, Obina toma a frente do zagueiro e cabeceia no canto, porém o árbitro Carlos Eugênio Simon enxerga uma falta que ao meu ver não existiu. E o conceituado comentarista Arnaldo César Coelho também opinou dessa maneira.

Confira o vídeo no link abaixo

http://www.youtube.com/watch?v=jdAQ8pok-FE

No segundo tempo Fred marca, o Fluminense vence, arranca e contradiz todas as possibilidades matemáticas que já davam o time como rebaixado.
Chega de enrolação e vamos ao ponto chave desse post, o momento onde eu quero chegar. O campeonato na parte debaixo terminou assim :
Supondo que o gol do Palmeiras não fosse invalidado, a partida poderia terminar em 1x1, o Fluminense marcaria apenas um ponto e deixaria de somar esses dois, ficando com 44 pontos no final na 17 colocação.
Traduzindo: O Fluminense jogaria a segunda divisão em 2010 e não teria chances de ser campeão brasileiro da Série A.
Não estou desmerecendo o título do Fluminense em 2010, que ao eu ver mereceu sim ganhar, jogando um futebol bonito e objetivo, mas o destino foi cruel colocando o mesmo Simon para apitar e encerrar a carreira numa partida que nem existiria, mas que foi realizada graças a um erro grotesco que ele ainda insiste em dizer que acertou.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O Sergipano e o Sergipanês

-Filho já comprou o pão jacó?
-De hoje mãe
-Naonde ?
-Fui na outra padaria, dei um arrodeio grande da peste
-Deixe de conversa moleque
-Se você não acredita então é nenhuma

Entendeu algo? Falei grego? Se você não é sergipano fica tranquilo que irei explicar tudo isso agora.
Todo lugar tem suas gírias e peculiaridades e aqui em Sergipe não poderia ser diferente. Apesar de ser um estado pequeno, o dicionário sergipanês é farto e é justamente sobre ele que comentarei a respeito.
Vamos a historinha então:
Você sabe o que é pão jacó? Alguma vez você foi na padaria e pediu pão jacó? Aqui é como se pede o tradicional pão francês. A expressão "de hoje" certamente só será compreendida nesse texto pelos sergipanos, pois se alguma pessoa de fora ler vai pensar que está se tratando do pão. "De Hoje" quer dizer  "há muito tempo" e geralmente o sergipano estende mais a letra "o" falando mais ou menos "De hooooooje". E "Naonde"? O sergipano fez uma junção da preposição em+a  (na) com o advérbio aonde, criando essa palavra que é dita erradamente mas que faz parte do nosso cotidiano. Mas uma coisa eu tenho certeza. Você já deu um arrodeio em algum dia da sua vida. Tá duvidando? Relaxa que essa palavra não tem nenhuma ligação com os rodeios. Arrodeio é simplesmente dar uma volta enorme em um lugar que poderia se chegar num caminho mais curto. "Deixe de Conversa" talvez seja o dito popular mais fácil de entender até agora. "Deixe de conversa" quer dizer descrença, algo que não se acredita. E "Nenhuma" o que significa? Pesquisei no dicionário Aurélio e vi a seguinte definição: falta ou ausência total de: não tem nenhum amigo. (Indica ausência de quantidade, em frases negativas.) / Nem um. Mas no dicionário sergipanês "Nenhuma" tem um outro significado. Quer dizer "Sem problema algum".
E eu como bom sergipano falo gírias também e muitas delas me fazem rir por ser até algo sem lógica como por exemplo: "Rapaz". Você que não é sergipano deve estar perguntando "e rapaz lá é alguma gíria?" e eu vou responder que sim sabe por que? Porque essa palavra a gente usa para se referir a idoso, adulto, criança, rapazes (lógico) e MULHERES (acredite se quiser). Se você mulher turista for abordada por um homem e ele te chamar de "Rapaz" não ache que ele esteja pensando que seja lésbica. É sem lógica, mas é um dito popular que todo sergipano usa.

E para facilitar sua vida para você ficar esperto na hora de trocar uma ideia com um sergipano, vou deixar aqui o Dicionário Sergipanês criado por Glauco Vinicius da infonet.com


Pão jacó: pão francês
Perainda: junção dos termos espere e ainda. Quer dizer, fique esperando.
Avexada (o): com pressa
Aquéte (aquiete) o faixo: usada para pedir que alguém contenha os ânimos, ou simplesmente que fique calma
De hoje: Há muito tempo
De hoje a oito: Daqui há uma semana
Mulher: mesmo quando se sabe o nome da pessoa a expressão é utilizada repetitivamente em uma conversa
Niuma (nenhuma): sem problema algum!
Fi (a) do cabrunco (filho do cabrunco): realça as qualidades de alguém, tanto positivas quanto negativas
Botou pá (pra) lá: arrebentou, fez muito bem. Pode ser substituída pelas expressões ‘botar pá lascar’, ‘botar pá descer’, ‘botar pocando’.
Da gota: dá ênfase a algo/alguém muito bom ou ruim
Pense: você nem imagina
E foi?: demonstra surpresa em relação à história relatada
Pegar o beco: ir embora
Caçando: procurando
Brenha: lugar muito distante
Vixe: adaptação da palavra ‘virgem’, substituindo a expressão ‘Virgem Maria’
Deixe de conversa: utilizado quando alguém não acredita, ou não quer acreditar, em uma história
Azuado (a): cheio de tarefas a cumprir, estressado
Meladinha: bebida feita com cachaça, cebola e tempero verde, servida tradicionalmente quando um bebê nasce. Muito comum em alguma zonas rurais do Estado.
Divera: derivada da expressão ‘de fato’, usada quando alguém se lembra de algo. Muito usada nas zonas rurais.
Rapaz: a palavra é usada para se referir a idosos, adultos, crianças, mulheres, moças e, por que não, a rapazes!
Avie (aviar): provavelmente derivada da palavra ‘avião’, é usada para pedir pressa a alguém
Már menino (mas menino): expressão usada para discordar de algo
Vou não: hábito dos sergipanos e nordestinos de forma geral, em colocar o verbo antes do advérbio
Mangando (mangar): apesar de estar no dicionário da língua portuguesa, apenas é utilizada na região Nordeste. Significa rir, tirar sarro.
À pulso: na marra, na força
Arrodeou (arrodear): dar uma volta completa em torno de algo ou alguém
Pois... : é uma espécie de palavra-chave no dialeto sergipano, principalmente na capital. É usada nas mais diversas situações: dúvida, discordância, desprezo, etc.
Me picar (se picar): ir embora. Surgiu da antiga expressão ‘picar a mula’
Bora embora: A expressão secular foi se modificando: ‘vamos em boa hora’ se transformou em ‘vamos embora’, que virou ‘vambora’, que ainda foi diminuída a ‘bora. O sergipano usa a repetição ‘Bora embora’.
Painho: forma carinhosa de se referir ao pai e à mãe (mainha), típico dos nordestinos.
Tá cá peste (está com a peste): expressa a descrença em uma hipótese, quando não se acredita que alguém vai tomar determinada atitude.
Tototó: barcos de pequeno porte, muito utilizados em Sergipe antes da construção da ponte João Alves, que liga Aracaju à Barra dos Coqueiros. Recebeu esse nome pelo barulho que o motor emite.
Mô fio (meu filho): gíria urbana, muito utilizada no tratamento entre amigos. O sergipano reduziu as duas palavras que, quando pronunciada, parece uma só.
Baba: partida de futebol descontraída, não oficial. Chamada de ‘pelada’ em outras regiões do país.
Nestante: abreviação da expressão ‘neste instante’. Apesar de dar idéia de presente, também é usada em frases no passado e no futuro.
Que só: expressão utilizada para dar idéia de intensidade.
Ruma: amontoado de coisas ou pessoas; o mesmo que ‘um monte’
Barriar (barrear): ficar irritado, com raiva; em sergipanês, barriar também pode ser ‘ficar azedo’
Ochente: simplifica a expressão ‘Oh, gente!’
Óia [Olha], deixe dessa: aconselha a não fazer algo ou deixar de lado algum sentimento. Pode substituir as expressões “não faça isso” ou “não pense assim”
Valeime: usado em situações de espanto ou desespero
Arretado: serve para qualificar algo ou alguém positivamente
Gastura: aflição, mal estar
E foi, foi? : repetição utilizada pelos sergipanos para enfatizar a dúvida
Eita pêga: expressão para momentos de desespero ou alegria. Ex: “Eita pêga, que coisa boa!”; “Eita pêga, o que eu faço agora?”   
Naonde: substitui, em alguns casos, o advérbio onde
Paia (de Palha, como Palhas de Coqueiro): coisa, pessoa, situação de pouco valor. E, para variar, pode ser usado também em sentido positivo.
Fi do cranco: semelhante a ‘fio do cabrunco’
Capar o gato: o mesmo que sair apressado, ‘pegar o beco’
Uma: usada para quantificar, dar idéia de muita coisa ou muitas pessoas
Eita gota: utilizada para demonstrar espanto, semelhante a ‘eita pêga’
Marroque: outra expressão para pão francês, assim como também são ‘pão d’água’, ´pão de sal’ e ´pão jacó’
Apois: expressa descrença 
Viu: substitui o OK ou simplifica a palavra 'ouviu' 
Esmolé: pessoa que pede esmolas nas ruas
Caixa de fósforo: expressão que se dá quando o indivíduo está contando uma história e antes de terminar , ele usa a expressão porque não tem argumento para terminá-la. 
Vôte: expressão usada mais pelos mais velhos, que quer dizer, que negócio estranho
Baleio: farra, brincadeira
Pisadinha: passeata em tempos de campanha eleitoral 
Ô peste: euforia, entusiasmo 
Pra caraio: dá ênfase a algo 
Mangelão: jamelão

Aracaju, a capital do pequeno grande estado de Sergipe

Hoje resolvi falar um pouco da cidade onde eu nasci, cresci e moro até os dias de hoje. Como falei no título, Aracaju é a capital do menor estado do Brasil, Sergipe, sendo composta por uma população que segundo o Censo 2010, ultrapassou os 570mil habitantes, isso sem levar em consideração a Grande Aracaju.
A cidade é muito boa para se viver e é considerada por muitos uma capital provinciana, pois temos um cenário urbano com comportamentos de interior. É muito comum em Aracaju você ir em algum lugar e se encontrar casualmente com algum amigo ou ainda ter amigos em comum com uma pessoa que você acabou de conhecer. É normal Fulano conhecer Cicrano que por sua vez é amigo de Beltrano e por aí vai. É por isso que muitos homens aqui pensam duas vezes na hora de chifrar suas mulheres porque tudo se descobre.


Para quem é turista, Aracaju tem vários lugares bonitos para se conhecer. Não gosto muito de falar de políticos, mas tenho que reconhecer que os últimos governantes, tanto estadual como municipal, têm feito um trabalho muito bom de infraestrutura, o que vem aumentando muito o fluxo de turistas na capital. Tanto é que empresas aéreas como Azul, Avianca, Trip , Noar, além das tradicionais Gol e Tam, já operam voos regulares. O turista que aqui pisar e pensar que vai encontrar uma roça com jumentos na rua, cactos plantados e terra vemelha, (visão maldita imposta pela mídia que colocou o Nordeste como uma desgraça devido aos tempos da seca) vai se enganar, pois o que mais se vê aqui são empreendimentos imobiliários. Isso de certa forma é legal, pois mostra o desenvolvimento de uma cidade e o crescimento do setor de construção civil, porém futuramente isso vai esquentar ainda mais a cidade já que a circulação do vento ficará comprometida. Falando em clima, Aracaju tem uma temperatura média anual beirando os 26 graus, ou seja, bem quente. No inverno as temperaturas chegam a fazer mínimas entre 21 e 23 graus, o bastante para fazer o sergipano sair de manga comprida nas ruas, o que me faz rir bastante.



Quanto aos pontos turísticos temos a Orla de Atalaia, citada por muitos como uma das mais bonitas do Brasil, tendo bares e restaurantes onde você pode tomar sua cerveja e saborear o caranguejo, prato típico da culinária sergipana. Dá também para cair no mar, já que aqui as aguas são mornas, perfeitas para o banho (antes de cair na água certifique-se com alguma pessoa ali mesmo se aquela região é própria para o banho) .
                                                                   Arcos da Orla de Atalaia 


                                                                                  Região dos Lagos na Orla de Atalaia


Temos também o Calçadão da 13 de Julho onde podemos caminhar, desfrutar de uma bonita paisagem e porque não paquerar um pouco? Muitos homens e mulheres vão pra lá diariamente para deixar seu corpo em forma.

                                                                                            Calçadão da 13 de Julho 


O Centro Histórico é uma opção muito boa também para quem gosta antiguidades, e agora com o Palácio Museu Olimpio Campos revitalizado, a praça Fausto Cardoso ganhou um charme a mais, principalmente a noite, quando ganha uma iluminação magnífica.

                                                                                     Palácio Museu Olímpio Campos
Pertinho dali ainda tem a Catedral Metropolitana e mesmo que você nao seja católico vale a pena conferir. Para quem adora tomar uma cervejinha admirando uma paisagem natural, a Orlinha do Bairro Industrial é uma boa pedida, pois ali você estará as margens do Rio Sergipe com vista para a Ponte Aracaju-Barra.


                                                                                          Catedral Metropolitana


                                                  Orlinha do Bairro Industrial. Ao fundo a Ponte Aracaju-Barra

Se ainda sobrar tempo você pode passar no Parque da Cidade andar de teleférico, tendo uma vista panoramica da cidade e ainda visitar o zoológico. Falando em vista, a Igreja Santo Antonio localizada no Alto da Colina, proporciona uma bela vista também, sem falar na beleza da própria igreja.

                                                                                      Teleférico no Parque da Cidade
                                                                                                 Igreja Santo Antonio

Recentemente ganhamos um novo ponto turistico (que eu sinceramente ainda nao conheci) que é a Orla do Por do Sol. as margens do Rio Vaza Barris.

                                                                      Orla do Por do Sol
Depois de apresentar os pontos turisticos, vamos falar agora das festas. Aracaju tem duas grandes festas reconhecidas nacionalmente e muitas outras que em questão de tempo irão se consolidar também. As duas festas em questão são o Pré Caju, que por muito tempo foi considerada a melhor prévia carnavalesca do Brasil e o Forró Caju que fez de Aracaju o terceiro melhor São João do Nordeste.
O Pré Caju acontece em Janeiro, sempre na segunda quinzena e conta com bandas e artistas consagrados como Chiclete com Banana, Asa de Águia, Cheiro de Amor, Eva, Ivete Sangalo, Margareth Menezes dentre outros.
                                                                                                     Pré Caju

Já o Forró Caju acontece no mês inteiro de junho, sendo que toda noite, alguma atração especial sobe ao palco. Os dias 13, 23, 24 ,28 e 29 de junho são os que mais lotam pois sempre tem atrações como Zé Ramalho, Elba Ramalho, Falamansa, Calypso, Calcinha Preta, Alceu Valença dentre outros. Nos dias 23 e 24, o público chega a 150 mil por noite, ou seja, não tem como você nao dançar agarradinho a noite toda né? 
                                                                                                 Forró Caju

Espero que vocês tenham gostado do post e para quem não conhece ainda essa pequena grande, vale a pena conferir. No próximo post falarei do Sergipano.
Um grande abraço

Jack Sant´ Ana